quarta-feira, 2 de julho de 2014

Da Dinamarca à Califórnia.

No mês de junho a reunião do Curitiba Beer Club estava mais especial do que de costume. Foram provados rótulos recém-chegados no Brasil, que poucos tiveram a oportunidade de provar no país. São as cervejas da Mikkeller e The Bruery. A primeira já é conhecida dos brasileiros há alguns anos, criação do famoso cervejeiro Dinamarquês, Mikkel Borg Bjergsø. A segunda chegou no Brasil há pouco tempo, de Placentia na Califórnia, considerada uma das 30 melhores cervejarias do mundo, com cervejas excelentes em diversos estilos. 4 destas cervejas foram harmonizadas com deliciosos pratos do chef  Ricardo Teruchkin.

A primeira a ser degustada foi a Winbic da Mikkeller. Faz parte das cervejas de Natal da Mikkeller e é um Blend da Spontanale (cerveja de fermentação espontânea) e de uma Saison. O resultado é uma cerveja pouco ácida, mas com uma interação boa entre o cítrico da Saison e de aromas selvagens da Spontanale.


Ácida mesmo era a segunda. A Sour in Rye causou até algumas caretas em confrades mais despreparados. A cerveja tem adição de 40% de centeio na sua base de malte e é adicionada de bactérias e fermentos que acidificam a cerveja, além de ficar por cerca de um ano em barris de carvalho. O resultado é uma cerveja exemplar, com acidez, notas funky, condimentado do centeio e madeira. Uma obra de arte. Essa maravilha ainda foi provada com um creme de mexilhão com limão siciliano, combinando perfeitamente no condimentos.


A próxima cerveja da The Bruery também era da família das ácidas. A Tart of Darkness é uma Stout leve, com pouca torrefação de maltes, mas bastante riqueza dos mesmos. Mas não é só isso. Essa Stout é maturada em barris que foram previamente usados para maturar cervejas mais fortes (como a famosa Black Tuesday) e ainda adicionada de fermentos e bactérias que acidificariam a cerveja. Ela foi harmonizada com um delicioso Bone Marrow.


Na seqüência, mais uma da The Bruery. A White Oak quebrou a sequência de Sours e começou uma seqüência de cervejas parrudas. É uma Wheatwine maturada em barris de Bourbon (chamada de White Oak Sap) misturada com a Mischief, Golden Strong Ale da cervejaria. E de fato a alma belga aparece na cerveja, com bastante aromas frutados, malte intenso, com uma pegada interessante dos barris de Bourbon, que remetem vividamente a coco e baunilha.


Para encerrar, foram provadas duas Barleywines da Mikkeller. Se é que ainda se pode chamar de Barleywine uma cerveja de 19,3%. A linha Forêt é uma linha de cervejas de alta gravidade, fermentadas com fermento de Champagne e maturada em diferentes variedades de carvalho francês. Provamos as Forêt de Tronçais, que é maturada em barril de carvalho francês, que previamente maturou conhaque e vinhos Bordeaux. A única diferença entre as duas é o tipo da tosta: uma leve e a outra média. A com tosta media parece deixar a receita base mais evidente e da toques mais adocicados a cervejas. A de tosta media da um caráter mais agressivo, seco e até com sensação de álcool mais intensa. As duas foram harmonizadas com pêra cozida em calda de vinho do porto com mascarpone.


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