Depois da habitual pausa de final/começo de ano, o Curitiba
Beer Club entra em 2013 com tudo, em uma das reuniões mais recheadas de ótimos
rótulos. Foram provadas oficialmente 8
diferentes cervejas, entre novidades e algumas raridades. Todas tiveram médias
excelentes e foram acompanhadas por aperitivos e pratos preparados pelo chef
Ricardo.
Para começar “de leve”, foi escolhida e edição de 2012 da
Duvel Tripel Hop. A cerveja é uma versão mais alcoólica e principalmente mais
lupulada da tradicional cerveja belga e a cada receita utiliza um terceiro
lúpulo diferente. A de 2012 foi feita
com o lúpulo americano Citra, que roubou a cena, e conferiu aromas frescos e
cítricos típicos dos lúpulos americanos. A nova receita agradou mais aos
confrades do que a Duvel original. Ficou
óbvio que a grande maioria é lupulomaniaco.
A sequência se deu com uma cerveja californiana que ainda
não temos oficialmente no Brasil: a Lagunitas Hop Stoopid. Trata-se de uma
Imperial IPA com 8% de álcool e 102 IBU, bem destacados, por sinal. Apesar do amargor intenso, tinha um bom
equilíbrio dos maltes e um aroma cítrico bem presente.
As raridades não pararam na Lagunitas. Também da Califórnia,
a Stone tem uma das Black IPA mais bem rankeadas em sites gringos, a Sublimely
Self-Righteous Ale. Um cerveja
perfeitamente balanceada, com bastante frescor dos aromas de lúpulo, aromas de
malte torrado na medida e boa doçura de malte para equilibrar o amargor. Excelente.
Stone harmonizando com um mignon ao molho gorgonzola e batatas crocantes
Ainda não provada por boa parte dos confrades, a próxima da
noite era a Imperial IPA da já conhecida Rogue.
Comparada com as outras Imperial IPA americanas provadas anteriormente,
acabou parecendo até um pouco comportada. Mesmo com o intenso aroma cítrico e o bom
amargor, é uma cerveja bem mais redonda do que as californianas. Mesmo assim, agradou
bastante aos confrades, recebendo uma das melhores notas da noite.
Voltando ao velho mundo, a quinta cerveja da noite é uma parceria entre duas cervejarias que são febre no mundo e a pouco tempo se tornaram febre por terras tupiniquins também. A Mikkeller e a Brew Dog fizeram um blend das suas Imperial IPA, respectivamente I Beat You e Hardcore IPA. O resultado é uma das melhores representantes do estilo que pode se encontrar por aqui. A cerveja tem aquela característica de ser intensa em amargor e aroma (com frescor de lúpulos de fazer inveja, diga-se de passagem) das duas cervejarias, e mesmo assim se manter perfeitamente equilibrada.
A segunda belga da noite é a Imperial Stout feita pela Troubadour.
A cerveja foi escolhida justamente por não ser tão comum belgas produzirem esse
tipo de cerveja. O resultado ficou interessante, com os aromas torrados bem
mais sutil do que as Imperial Stout americanas, por exemplo e com um aroma
frutado mais destacado, dando um toque
belga a receita.
A penúltima da noite é daquelas cervejas que sempre aparece
em livros ou lista de cervejas que você deve tomar. A recém-chegada cerveja da
Founders, a Breakfast Stout é uma Imperial Stout com adição de aveia, café e
chocolate. Daí o nome da cerveja. Desses
3 o mais evidente é com certeza o café, que é a estrela principal na cerveja. A
cremosidade que a aveia dá a cerveja é impressionante e o álcool, praticamente
imperceptível.
A estrela da noite e escolhida para finalizar é a Imperial
Stout maturada em Bourbon da cervejaria de Chicago, Goose Island, recentemente
adquirida pela gigante AB-InBev. Apesar dos 15% de álcool, a cerveja (como
gosta de dizer a AmBev) “desce redondo”. Tem aromas nítidos de Bourbon,
madeira, baunilha, chocolate, coco. Mesmo com tanta informação e complexidade,
tudo é muito limpo e nítido. Eleita unanimemente como a melhor da noite pelos
confrades.
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